Clássicos incríveis

07:40:00

Tranquilo e favorável, parças?

Ultimamente eu tenho dado prioridade aos livros clássicos que tenho em casa. Ganhei uns de uma amiga, adaptações da obra original, e são todos pequenos e fáceis de ler. O triste é que depois eu provavelmente comprarei os textos originais e lerei de novo, mas tudo bem. Vou pensar nisso quando eu tiver terminado de ler a minha lista que parece não ter fim de livros que comprei e tão lá parados.
Da semana passada pra cá eu li três, e tô falling in love. Tanto que um deles eu já quero reler.

Ai, clássicos são chatozzzzzzzzzzZZZzzzZZzzzzzzz

Peter Pan

Eu comprei esse livro na última Bienal, e até postei na página do blog uma foto da maldade que fizeram na capa - um adesivo enorme dizendo: "PROMOÇÃO, APENAS R$ 29,90". Cara, que alma perversa arrebenta um livro desse jeito? Consegui tirar, mas ficou meio feio </3

Bom, pra quem - assim como eu - tá acostumado ao desenho da disney, saiba que o livro é um pouco diferente. Na história, apesar de ser de uma linguagem para o público infantil, os meninos perdidos, sob liderança de seu capitão Pan, matam de verdade seus inimigos - sem nenhum medo de camuflar isso
A Sininho é um porre, já te digo. não me lembro se ela é assim no desenho também, mas, nossa, quase pulava as partes dela. O legal é que o narrador explica que ela é má porque as fadas são tão pequenas que só cabe um sentimento por vez dentro delas - portanto, não há como uma fada ser boa e má ao mesmo tempo.
Peter Pan chega a ser irritante às vezes, como quando obriga os meninos perdidos a jantarem de mentirinha. Há diversas hipóteses sobre o que é Peter, e eu particularmente acho que ele é a infância, e não um menino.
Wendy é fofa, me cativou no livro todo, mesmo sendo o tipo de personagem feminina que normalmente não me agrada muito. É gentil, carinhosa e cuidadosa. Quando cresce, torna-se uma mãe maravilhosa.
A narrativa me deixou um pouco confusa, pois às vezes tratava as crianças quase como pessoas adultas - principalmente com Wendy sendo a "mãe" de todos eles, cerzindo meias e fazendo o jantar - e depois volta a tratá-los como crianças. Muitas vezes eu tinha que me lembrar que o Peter não devia ter mais de oito anos, e tinha que ler de novo com essa perspectiva.
O final é triste, pois nos mostra como é ruim crescer. Na ânsia de ter novamente uma mãe, os meninos perdidos deixam a Terra do Nunca, e em pouco tempo se esquecem de voar e de brincar. Wendy é a única que continua a se lembrar de Peter sem pensar que fora apenas um sonho, apesar de ter se casado e não saber mais voar - ela casa-se aos vinte anos, e já é tratada no livro como se fosse uma mulher bem mais velha. Quando Peter finalmente volta pra levá-la pra Terra do Nunca, ele leva Jane, a filha de Wendy.

O livro é maravilhoso, e nesta edição da Zahar tem vários comentários a cerca da vida de J. M. Barrie que fazem você entender melhor o que ele queria dizer com este conto. Eu recomendo sempre os livros dessa editora, pois são muito bonitos e caprichados.


Frankenstein

Acho que dificilmente eu vá gostar tanto de um livro como gostei de Frankenstein. Só de pensar que a primeira história de ficção científica de todos os tempos foi escrita por uma moça de 19 anos há duzentos anos me dá arrepios. Consegue ver como o livro é inovador? Ele quebrou todas as barreiras de que mulher não pode escrever bons livros - e é incrível como esse pensamento neandertal perpetua até hoje em dia, onde rapazotes idiotas tem coragem de dizer que ficção é coisa de homem.
Frankenstein é o doutor, não o monstro. Há quem diga que a criatura é, tecnicamente, o filho de Victor Frankenstein, portanto não seria totalmente errado chamá-la assim. Anyway, a criatura não tem nome no livro, é chamada apenas de "monstro", "demônio", "criatura". Eu não sei se, no lugar dele, também teria ignorado a criatura. Por mais horrorosa que fosse, foi o Victor que criou. A curiosidade devia ter falado mais alto. Se ele tivesse conversado com a criatura nada do que aconteceu teria acontecido - eu acho.
O monstro é amarelo, e não verde. Essa característica, assim como os pregos no pescoço, foi popularizada depois do filme de 1931 (antigo, hein!). No livro ele tem os lábios negros e finos, os olhos cinzentos como se estivessem sem vida.
O final é bem surpreendente, pelo menos foi pra mim. As coisas vão acontecendo e cê nem consegue entender o que aconteceu que já vem outra coisa e PÁ! Eu acho muito triste o final da criatura, apesar de ele ter sido muito mau - mas só porque as circunstancias o tornaram assim! Eu acredito que, se ele tivesse tido a oportunidade de ter alguém junto a ele, seria uma criatura muito boa.


Por enquanto vou falar só desses dois mesmo. Se eu ler mais algum clássico, posto aqui <3

Espero que tenham gostado.
Atenciosamente,
A.

Você também pode gostar:

0 comentários

Dê um like no Facebook

Total de visualizações de página

Subscribe