Diário de uma escritora independente #1

16:40:00

Capítulo I

Como tudo começou


Eu sempre fui boa em contar histórias. Fosse para encantar e surpreender e passar um ar de fodona para os meus amiguinhos ou para me livrar de uma situação incômoda com familiares, eu sempre tinha uma boa história na ponta da língua. Mentir sempre foi muito fácil para mim (Lyra Belacqua ficaria orgulhosa), devido à minha facilidade de criar.

Quando tinha uns nove ou dez anos, comecei a colocar as ideias no papel.


A primeira história que eu escrevi (que eu me lembre) se chamava Um Mundo Muito Diferente. Pode-se notar, desde aquela época, meu gosto por mundos longínquos e mágicos. Era tudo amontoado em um caderno escolar, e eu me orgulhava de ter escrito um livro. Durante o ano letivo, eu fazia um caderno de atividades, com histórias e brincadeiras para que os meus amigos mal amados que não ligavam pro caderno pudessem preencher (obrigada, Laísa (e mãe), por ter feito quase todas as atividades). Tinha recortes de revista, palavras cruzadas, desenhos, enfim... tinha de tudo neles. Para fechar a minha infância meio solitária - eu tinha amigos, ok? Só que os dias em que passava sozinha me marcaram mais -, eu A-MA-VA fazer cadernos de controle e carteirinhas de Clubinhos. Tinha o Clube da Árvore, o Clube das Menininhas e o Clube dos Super Amigos. No geral, tinham uns dois ou três participantes em cada (contando comigo). Sabe aquelas canetas de gel que tinham cheiro de fruta e estouravam com uma facilidade enlouquecedora? Eram minha parte favorita nisso tudo. Art Attack? Um dos meus programas favoritos (boa parte do tempo em que morei na casa da minha avó não tinha televisão paga, então eu não via a hora de poder chegar na casa da minha mãe para poder assistir). Minha avó ficava doida com as bonecas e castelos feitos de rolos de papel higiênico que eu largava pela casa, sem falar nas teias de aranha feitas de cola, ou dos "Seguranças de Quarto" feitos de (adivinhem?) rolo de papel higiênico e bolinhas de isopor.

Infância
Em meados de 2012, nos mudamos para uma casa nova e eu me sentia absolutamente infeliz lá. Tipo, sério mesmo. Naquela época, éramos - eu e meu irmão mais novo, Achiles - viciados em Alvin e os Esquilos, Arthur e os Minimoys e As Crônicas de Spiderwick - e, é claro, Harry Potter. Foi nessa época que eu comecei a escrever A Escolhida (ou A Chácara, como se chamava na época).
Era um livro só (hoje são três) e era completamente inspirado e em Arthur e os Minimoys e As Crônicas de Spiderwick (será coincidência que nos dois filmes o ator Freddie Highmore era o protagonista?). Eu simplesmente adorava o Arthur, principalmente depois que descobri que Madonna, Snoop Dogg e David Bowie dublavam a mocinha, o doidão e o vilão, respectivamente avá?. Já As Crônicas de Siderwick me dava uma incontrolável vontade de participar de uma grande aventura - como, por exemplo, descobrir a existência de fadas. Por sorte, meu livro não foi nem um pouco inspirado em Alvin e os Esquilos (ufa!)

As Crônicas de Spiderwick

Arthur e os Minimoys
Freddie Highmore em Arthur e os Minimoys

Na época, a personagem principal se chamava Caroline, o namoradinho dela se chamava Diego, a mãe, Monica. O nome do vilão? Gondor, o Grande G (se você já assistiu Arthur e os Minimoys, vai notar a enorme semelhança com Maltazard, o M do Mal - eu só tinha 12 anos, vê se releva). O que não mudou foram os nomes da Saiky, a sereia, melhor amiga de Celeste; Zinno, espectro elfo que ajuda Celeste; Snor, o gigante malvadão e Mary, que se eu falar quem é vai ser spoiler. O que eu deveria ter guardado daquela época? Minha determinação e regras. Todos os dias eu tinha que escrever no minimo duas páginas e, se não o fizesse, no dia seguinte teria que compensar. Em alguns meses eu terminei meu livro, totalmente escrito a mão em um caderno caindo aos pedaços.
Quando minha mãe soube que eu havia finalizado, começou a me incentivar a publicá-lo. Lembro de que ela vivia dizendo que eu seria a escritora mais jovem do Brasil (mães!) se publicasse meu livro logo - o que, talvez, seja o motivo para esse desespero todo que eu sinto para conseguir publicá-lo. Acontece que publicar um livro no Brasil não é fácil, principalmente quando se é pobre e não tem contatos.

Além disso, escrever um livro não é assim tão simples.

Li tudo, e percebi que era uma bosta. Decidi, então, que ele precisava ser revisado. Peguei um caderno novo e coloquei as mãos à obra. No final, a história estava ligeiramente melhor, mas ainda bastante infantil.
No ano seguinte, ganhamos um computador novo usado, portanto, nada de novo teoricamente. Fiquei felizona! Ia poder jogar muita Paciência e, o melhor de tudo, passar meu livro a limpo para enfim registrar e publicar! Em poucos meses eu poderia realizar meu grande sonho de ser escritora. Não é um máximo?

Não.

Passar o livro para o computador foi a porta para expandir minha história. Comecei a escrever, e reescrever, e editar, e mudar, e transformar... De um livro curto e muxoxo - que tinha um final digno de Dragon Ball Z, com bolas de poder em pleno voo -, A Chácara se transformou em algo bem mais encorpado.
A personagem principal virou Celeste, o namoradinho virou Maximillion (ou só Max). Gondor virou Komodo (e, na tentativa de criar algo assustador, eu acabei criando um vilão gostosão). Modéstia a parte, o livro ficou bem legal. Consegui manter um pouco da inocência que ele tinha quando eu escrevi aos 12, mas adicionei um toque um pouco mais adulto (só um pouco. Afinal, serei para sempre uma criança).

☞ O que fazer então quando seu livro está finalizado, revisado e com a capa pronta? 
No próximo post a gente conversa sobre essa pergunta tão importante.

Continua...

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2 comentários

  1. Eu tinha escrito um puta poste, super phodastico abrindo o coração mas não consegui enviar! E perdi a vontade de reescrever porque não ficará igual ao anterior! Então vou só lhe parabenizar pelo blog e dizer que lhe acompanharei por aqui também! Adoro seu trabalho, suas postagens, o modo com o qual se expressa! Tenho muito respeito e admiração por ti, e desejo muito sucesso em todos os seus planos e realizações! Muitas energias positivas e luz em seu caminho amo-te beijos

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    1. Lari, amor, obrigada pela mensagem! Fico muito, muito feliz <3 Saudades!

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